MDF ou MDP: Você sabe a diferença entre os dois?
Como a falta cada vez mais da madeira natural e o seu valor exorbitante, o mercado moveleiro, há alguns anos, vem apelando para o uso de chapas de MDF ((Medium Density Fiberboard – Fibra de Média Densidade) e MDP (Medium Density Particleboard ou Painel de Partículas de Média Densidade), obtidos principalmente a partir do pinus e do eucalipto.
Como esses materiais são obtidos a partir da prensagem de partículas ou fibras de madeira, muita gente não sabe realmente até que ponto eles são resistentes, se são imunes a cupins e quando é indicado usar cada um deles.
A principal diferença entre MDP e o MDF é que no painel de MDP são utilizadas partículas de madeira em camadas, ficando as mais finas na superfície e as mais delgadas no miolo.
No MDF, por sua vez, aglutinam-se fibras de madeira. Porém, ambos são classificados como Painéis de Madeira de Média Densidade.
Que material é mais resistente: o MDF ou o MDP?
Muitas pessoas acham que o MDF é mais resistente que outros tipos de painéis e que, quanto maior sua espessura, maior sua resistência.
Talvez este conceito errado tenha surgido devido ao fato do MDF ser mais compactado que o MDP. Uma das afirmações ouvidas neste sentido é que o MDF “segura” mais os parafusos, o que não é verdade.
A resistência de uma peça depende, além do material usado, de outros fatores importantes como projeto do móvel; execução e ferragens utilizadas. Os projetos e a execução dos móveis são muito mais importantes na definição de sua resistência que o próprio painel utilizado.
E quanto à resistência à água?
O MDF possui certa resistência à água, mas não é imune à sua ação. É preciso saber que existe uma diferença entre uma chapa que é molhada uma vez, mesmo que por um período longo, e outra que sofra molhamentos constantes ao longo do tempo.
A explicação sobre a ação da água na chapa é que as fibras da madeira, ao absorverem umidade, irão inchar. Isso acontece em qualquer tipo de chapa – seja MDF ou MDP. A umidade também favorece o aparecimento de fungos, o que contribui para a degradação do painel.
Os móveis que estão sujeitos a molhamentos eventuais, como é o caso de móveis de cozinha e banheiro, devem ser revestidos adequadamente todas as faces e bordas dos componentes do móvel.
Com esta proteção, executada da forma correta, a água não irá penetrar na peça, e ela ficará intacta por muitos anos. O revestimento, tanto das faces quanto das bordas, pode ser feito de diversas maneiras, desde que realizado de forma adequada e com cuidado.
Esses materiais são imunes a cupins?
Esta é outra ideia equivocada bastante difundida – a de que os painéis de madeira reconstituída são resistentes ao ataque de cupins.
Saiba que nenhum tratamento é dado ao MDF e MDP para proteção contra cupins. Acontece que estes painéis são prensados em alta temperatura, cerca de 200 ºC, o que extermina todos os insetos existentes no processo produtivo, inclusive o cupim.
Isto é garantia de que as chapas chegam nas revendas livres de cupins, mas não assegura que não possa acontecer uma contaminação a partir daí.
Mas como normalmente as chapas ficam pouco tempo armazenadas em revendas e marcenarias, é difícil ocorrer o ataque de cupins nestes locais. Já os móveis feitos a partir delas, correm o mesmo risco de contaminação dos móveis de madeira. Sabendo disso, é recomendável uma dedetização local para evitar que o móvel seja infestado.
Visualmente, no resultado final da marcenaria, a diferença entre os materiais é imperceptível. É bom saber a diferença para entender a viabilidade e o uso de cada material.